Depressão é um termo muito comentado nos últimos anos. De uma hora
para a outra, esta palavra caiu no agrado popular e passou a ser usada
para classificar toda e qualquer pessoa que enfrenta um momento de
tristeza.
Há,
entretanto, grandes diferenças entre tristeza e depressão, pois
enquanto a primeira é sinal de saúde, a segunda é sinônimo de doença.
Com
o avanço dos remédios anti-depressivos, a tristeza tornou-se um
sentimento evitável e a cada dia cresce o número de pessoas que
procuram tomar medicação para superar os momentos difíceis da vida. O
ideal, entretanto, não é fazer a tristeza desaparecer com o uso de
remédios. Isto porque, a tristeza não é uma doença e, sim, uma reação
normal frente a uma situação de perda, decepção ou frustração.
Vivenciar
a tristeza permite que o indivíduo elabore suas perdas e se reorganize
internamente, podendo superar a fase de dificuldade de maneira saudável.
A
depressão, por outro lado, é um distúrbio cujas características vão
muito além da tristeza. O indivíduo deprimido sente-se infeliz na maior
parte do tempo, mesmo sem causa aparente. A pessoa perde a capacidade
de apreciar situações que antes lhe traziam prazer, deixa de conviver
com amigos e familiares, apresenta perda de concentração, pode ter
ganho excessivo de peso, pode sentir dores pelo corpo e mostrar-se mais
ansioso ou irritado do que o normal. Por todas estas características, a
depressão é uma doença altamente incapacitante e que requer auxílio
profissional para ser controlada.
A análise do funcionamento
cerebral revela que a depressão envolve uma alteração do funcionamento
neuropsíquico do cérebro, havendo um desequilíbrio dos
neurotransmissores que regulam o humor.
As causas deste mal não
são bem conhecidas e acredita-se que fatores genéticos e ambientais
(perdas e eventos estressantes) influenciem o desencadeamento do
problema. Assim, o tratamento da depressão requer uma combinação de
terapias medicamentosas e psicológicas, e ao suspeitar do problema,
recomenda-se que o indivíduo procure imediatamente um psiquiatra ou
psicólogo para diagnosticar o quadro.
Como se nota, tristeza e
depressão não são sinônimos. Por mais que o sentimento de tristeza seja
penoso, ele é necessário para a superação das dificuldades. O mesmo não
se pode dizer da depressão que, caso não seja tratada, pode comprometer
toda a saúde física e mental do indivíduo.
Flávia Leão Fernandes
CRP 06/68043 Psicóloga clínica, Mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra e especialista em Psicologia Hospitalar.
CRP 06/68043 Psicóloga clínica, Mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra e especialista em Psicologia Hospitalar.