quinta-feira, 27 de junho de 2013

“Olho Gordo” pode ser Autossabotagem.


Mesmo quem não acredita no poder do “olho gordo”, sabe do que se trata: é o nome que se dá às supostas energias negativas transmitidas por alguém à outra pessoa, por raiva, inveja, despeito e outros sentimentos do tipo.Alguns sinais seriam sentir desânimo, cansaço, baixo astral e uma sensação de que, por mais que se batalhe, nada dá certo. Para afastar os efeitos do “olho gordo”, muita gente busca proteção com rezas, amuletos, simpatias.
Mas, afinal, “olho gordo” existe? E, se existe, pega? Para Etienne Higuet, professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), primeiro é preciso entender o conceito de superstição: crenças e práticas que não são consideradas válidas pelas instituições religiosas oficiais e tidas ainda como vãs e irracionais pela ciência.
“Acreditar que o olhar de certas pessoas têm um poder mágico vem de um fundo religioso muito antigo e arraigado nas culturas ameríndias, afro-americanas e europeias, especialmente latinas e camponesas, que o cristianismo institucional nunca conseguiu abafar completamente”, afirma. Etienne explica que essa ideia subsiste no inconsciente coletivo e, no Brasil, ganha força com a herança das culturas indígenas e africanas, a intensa adesão local ao espiritismo e o sincretismo entre todas as tendências religiosas.
O “olho gordo” corresponde à imensa vontade humana de poder controlar o destino. Só que esse desejo encontra múltiplos obstáculos, de modo que qualquer fracasso pode ser facilmente atribuído a pessoas mal intencionadas ou detentoras de forças que elas mesmas não conseguem controlar.
“Pode ser um meio de não assumir a responsabilidade por certos fracassos ou acontecimentos, atribuindo o ocorrido a outras pessoas ou a forças irracionais incontroláveis”.
Uma forma de se preservar do “olho gordo” seria se transformar no próprio amuleto, fortalecendo o pensamento positivo e a autoimagem.
“A inveja do outro fisga a sua. O ‘olho gordo’ só pega em quem também o traz dentro de si e quer competir, brigar, disputar”.


Fonte: Revista Mente e Cérebro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fica a dica