terça-feira, 15 de abril de 2014

Quando o Jogar se torna Patológico.

O Jogo Patológico está classificado como um transtorno do controle do impulso, cuja característica essencial é a falha em resistir a um ato que é prejudicial à pessoa ou aos outros.
Existem indícios do ato de jogar desde as culturas mais primitivas e tem sido realizado ao longo da história da humanidade. O Jogo como uma manifestação cultural se desenvolveu por meio de formas adaptadas aos gostos e interesses de cada época.

Juntamente com a propensão para jogar do ser humano, surgiram os problemas relacionados a ele, incluindo a perda de controle sobre as apostas. A prática do jogar e apostar pode conduzir o indivíduo a adquirir sérios problemas financeiros, psíquicos e sociais, assumindo a forma de um distúrbio denominado Jogo Patológico.

O Jogo Patológico é um transtorno com impacto significativo na sociedade, acarretando prejuízos sociais, financeiros e emocionais aos indivíduos.

O Jogo patológico em 1980 foi reconhecido como transtorno psiquiátrico com a inclusão no Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-III), na categoria dos transtornos do controle dos Impulsos não classificados em outro local. Caracterizado basicamente por um comportamento de jogo mal adaptativo, recorrente e persistente, relacionado a jogos de azar e apostas.

No Brasil existe a proibição legal de algumas modalidades de jogo por meio do art. 50 da Lei das Contravenções Penais (decreto-lei 3.688/41), o Congresso Nacional debate a respeito dos jogos de azar através do projeto de reforma do Código Penal que prevê a criminalização.
Custer (1984) descreveu padrões uniformes e progressivos no jogo patológico, começando com pequenas apostas, normalmente na adolescência, apesar de poder começar em qualquer idade, sendo mais frequente entre os homens. O intervalo de tempo previsto entre começar a jogar e perder o controle sobre o jogo varia de 1 a 20 anos, sendo mais comum em um período médio de 5 anos. O autor descreve três fases distintas do comportamento de jogar, que são:
1- Fase das vitórias: de início o jogo funciona como uma forma de recreação, diversão, mas à medida que o indivíduo vai ganhando, ele passa a achar que suas vitórias são um produto de suas habilidades pessoais, aumentando assim a sua imagem de jogador habilidoso. Um indivíduo que jogue apenas socialmente geralmente para de jogar aí, antes de um grande ganho, que, geralmente, equivale ao salário anual do jogador. Quando há grande ganho, o jogador patológico tende a continuar jogando ininterruptamente. Essa fase pode durar meses ou anos. Além disso, alguns indivíduos passam a usar o jogo como uma fuga, visto que durante a atividade as preocupações do dia-a-dia vão sendo deixadas de lado. E são exatamente as primeiras vitórias no jogo que estimulam o jogador a aumentar sua frequência e apostas no jogo.

2- Fase da perda: a continuação no jogo traz um aumento de perdas que passa a ameaçar a autoestima do jogador. Para conseguir o dinheiro perdido de volta, o jogador começa a apostar ainda mais para tentar reparar suas perdas. Ele passa a ter um otimismo irracional e o jogo então passa a preencher a maior parte do tempo da sua vida. As apostas se tornam cada vez maiores e as perdas são vistas pela pessoa como algo recuperável por meio de novas apostas. Os comportamentos mais comuns nessa fase são as mentiras, fraudes e falsificações para conseguir dinheiro. Nessa fase aparecem problemas familiares, tanto conjugais como com os demais parentes, problemas profissionais, pedidos de empréstimos, além de atividades ilegais, a fim de obter o dinheiro.

3- Fase de desespero: nessa fase o jogo se torna uma obsessão. Ocorre um maior afastamento dos amigos e familiares, sua reputação dentro da família e do meio social se torna negativa em razão das perdas e das promessas não cumpridas. Alguns passam então a utilizar recursos ilegais para obter dinheiro, sendo frequentemente processados judicialmente. Nesta fase é comum o jogador adquirir exaustão física, psicológica, alcoolismo sendo frequente a depressão. Quando a situação chega ao extremo, geralmente, há suicídio ou prisão.

É preciso estar atento aos comportamentos. Toda compulsão é prejudicial.

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